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ASSESSORIA EXECUTIVA VIRTUAL

Damiana Alves | Treinamento e Assessoria remota

Foto do escritorDamiana Alves

As três disfunções de um líder


A crônica a seguir foi escrita por Marcos Rezende, fundador do Insistimento, um dos maiores blogs sobre empreendedorismo do país.

Eram nove e meia da noite e o aviso de embarque próximo ainda não havia surgido na tela acima do portão de embarque do vôo que levaria Carlos, diretor executivo de uma pequena, mas robusta indústria do interior do sul do país, para casa.

Nada mais havia para ler.

E-mails, revistas, jornais, notícias, tudo já havia se esgotado.

No agito da sala de espera do aeroporto, encarando a esmo e sem objetivo um totem publicitário de uma companhia de carros, Carlos lembrava de quando tinha começado a sua carreira vinte anos atrás.

Apesar de ainda jovem e de ter conquistado praticamente tudo que achava que poderia alcançar, de certa forma ali, naquele aeroporto, sentado em frente aquele totem, Carlos estava começando a enfrentar aquilo que mais temia.

Das suas lembranças vieram imagens sobre o primeiro contrato que fechou com um de seus clientes e seus dois primeiros funcionários.

O cliente, Seu Leopoldo, era um homem grande verticalmente e horizontalmente, além de trazer um bigode grisalho e de respeito sobre a boca enquanto reproduzia palavras de cobrança e simpatia.

Já seus dois funcionários, que Carlos tentou lembrar o nome, mas não conseguiu, eram mais medrosos que simpáticos. Na realidade Carlos não sabia se eram bobos ou inocentes, mas que certamente não tinham as melhores qualificações para estar ali.

Enfim, Carlos se lembrou dos barracões que alugou, das casas que morou e vendeu e dos filhos que teve com sua amada esposa.

De certa forma, apesar da perfeição de vida que Carlos acreditava viver como empresário e chefe de família, ele ainda estava correndo atrás das mesmas coisas que corria quando jovem, só que agora com um pouco mais de dinheiro no bolso e um pouco mais de dívidas no banco.

Ele não chegava mais em casa para a hora do jantar, sua conta bancária vez ou outra entrava no vermelho por causa de metas de vendas não cumpridas, extravagâncias pessoais cometidas ou um simples erro de cálculo do orçamento doméstico e da empresa que se misturavam.

De fato, Carlos já havia se convencido de que sua vida teria que ser daquele jeito mesmo até o final, por mais que ele soubesse que outras pessoas e colegas seus estavam levando uma carreira muito mais saudável à frente dos seus negócios.

Soou a chamada para o seu vôo e Carlos levantou meio que assustado pelos breves segundos de sono ou pesadelo. Não sabia.

Recolheu a revista e a pôs sobre a pasta, arrumando o terno ao mesmo tempo em que buscava no bolso seus documentos de identificação para embarcar.

Recepcionado na porta do avião por uma moça alta e morena muito simpática, Carlos caminhou em direção a sua poltrona perguntando-se como que alguém conseguiu construir uma empresa tão grande e tão “arrumadinha” como aquela.

Ao sentar em sua poltrona próxima a janela, ele admirou as luzes lá de fora que lembravam a festa junina onde conheceu a sua esposa no interior de São Paulo onde parte da família do seu pai morava quando ele era pequeno.

Lembrou de como ela estava vestida e de como ele lhe contou seus sonhos de criança.

Reviu toda a cena em que ele e sua atual esposa dançavam de mãos dadas ao redor da fogueira com seus amigos enquanto foguetes explodiam sobre suas cabeças e o gosto de paçoca ainda quente dava gosto às suas bocas.

Pena que essa bela lembrança teve de ser interrompida pelo toque da aeromoça no seu ombro pedindo-o que colocasse o cinto de segurança para ouvir as instruções de vôo.

Mas passadas as instruções e tendo decolado o avião, Carlos resolveu tomar seu caderno de notas nas mãos para fazer algumas reflexões sobre quem ele tinha se tornado e porque ainda não havia conquistado a vida que almejava quando adolescente uma vez que materialmente ele possuía tudo aquilo que aparentemente desejava.

Carlos então anotou a palavra confiança no papel, ou melhor, falta de confiança.

Inúmeras vezes ele havia aceitado uma negociação desfavorável ou se negado a participar de alguma jogada comercial mais arriscada porque faltava confiança em si, na sua equipe e na sua capacidade como um todo de entregar o combinado.

Essa falta de confiança, gerou um medo de conflitos (segunda palavra anotada) que o fez desistir antes de tentar outras estratégias para conseguir o que queria.

Carlos sempre foi um cara bem comercial, vendedor e gente boa, que vendia mais pelo fato de ser boa gente que pelo fato de ser bom negociador.

Suas margens eram pequenas e seu arrojo bem conservador, levando-o consequentemente a uma falta de compromisso com aquilo que estabelecia para si em termos de metas. Aliás, compromisso foi mais uma palavra que Carlos colocou no papel enquanto voava de volta para casa.

Paralisado observando as costuras do encosto da cabeça da poltrona da frente da sua, Carlos confrontou-se com alguém que ele não desejaria ter sido, mas que infelizmente se tornou.

Alguém sem confiança, com medo de conflitos e pouco comprometido com as coisas que falava.

As 3 disfunções de um líder que acabara de anotar o fizeram confessar para si mesmo que deveria mudar de comportamento se quisesse alterar o rumo dos seus negócios.

Lembrou-se de uma dica que um amigo seu lhe passou sobre reconquistar os objetivos de carreira que dizia para parar de olhar para o retrovisor e voltar toda a atenção para o para-brisas.

Algo como não olhar mais para o passado e sim para o futuro de modo a não bater o carro e agir diferente para conquistar aquilo que ainda pode ser conquistado.

Esperançoso pela mudança, Carlos caiu no sono enquanto seu vôo seguiu viagem e a nossa história parou por aqui.

Talvez Carlos tenha mudado a sua postura e corrigido essas disfunções no seu comportamento ou simplesmente tenha encarado estes momentos como uma epifania ridícula do seu intelecto a respeito da sua própria vida.

Não sabemos.

Independente do que aconteceu, todo líder deve escolher aquilo que deseja representar e conquistar para poder viajar melhor nessa grande, tumultuada e arriscada estrada que é empreender.

Portanto, tornar-se mais confiante, passar a encarar os conflitos como algo necessário e agradável e comprometer-se mais com aquilo que se sente, pensa, fala e faz é imprescindível para quem almeja conquistar metas mais audaciosas e levar uma vida mais saudável à frente dos seus negócios.

Que tenhamos uma boa viagem.

 

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